Até lá, o País viverá dias de preços elevados. Sobre a Selic, taxa continuará estável no nível atual, de 11%
A inflação brasileira só dará algum sinal de alívio, caminhando para a meta do governo de 4,5% ao ano, no início de 2016. Até lá, o País viverá dias de preços elevados, embora as projeções para este ano tenham recuado um pouco, apontou ontem a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano na semana passada.
Em seu comunicado de ontem, o BC sinalizou que não há intenção, ao menos no curto prazo, de mudar a estratégia da política monetária. Ou seja, a taxa Selic continuará estável no nível atual.
A causa do refresco nas estimativas de preços para este ano, no entanto, não é exatamente nobre. O baixo crescimento registrado no primeiro semestre do ano e a constante revisão das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 reduziram as pressões sobre o custo de vida, informou a ata do BC. Pela primeira vez, a instituição viu um alinhamento entre a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e o que o jargão econômico chama de “absorção interna”: consumo das famílias, gastos do governo e avanço dos investimentos.
O BC aposta na lei da demanda e da oferta, que tende a reduzir os preços quando a procura recua, ao projetar uma expansão menos intensa da atividade doméstica, com um crescimento do consumo mais moderado do que registrado em 2013.
A avaliação da instituição ocorre no momento em que o País está em recessão técnica, há dois trimestres seguidos com retração econômica. Na ata, em função disso, o BC abandonou a avaliação de que a inflação ainda mostra “resistência”, como vinha enfatizando desde o início deste ano.
O nível elevado no custo de vida foi atribuído pelo BC à correção dos chamados preços relativos da economia - o ajuste dos preços domésticos em relação ao exterior e a aproximação entre preços administrados pelo governo e aqueles praticados no mercado.
Para a autoridade monetária, porém, esses ajustes não tendem a se propagar de forma indeterminada. O BC elevou os juros desde o ano passado até o início de 2014 e, segundo a instituição, os efeitos dessa decisão ainda estariam ocorrendo. Mais do que isso: teriam chance de ser potencializados.
O economista do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, avalia que o cenário mais provável do BC é a manutenção da Selic em 11% até dezembro do próximo ano.
Fonte: O Popular
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