Ministro das Relações Exteriores participou de evento em São Paulo. Argentina já manifestou interesse em prorrogação.
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, confirmou nesta sexta-feira (10) que o Brasil renovará o acordo automotivo com a Argentina, que está para vencer. Ele fez a afirmação durante evento sobre comércio exterior em São Paulo.
Nós vamos manter sim por um período maior, afirmou. A tendência não é revogar [o acordo] é esticar. Primeiro vamos ter que conversar mais e ver as coisas do Mercosul, eu acho que seria ineficiente fazer isso agora, declarou.
Segundo o ministro, ele afirmou ao governo que não é momento de fazer mudanças em cima da hora e prorrogar as regras vigentes.
Interesse da Argentina Na última terça-feira, o ministro da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, já havia afirmado que o país tinha interesse em prorrogar o acordo por mais um ano.
(O acordo) Vai continuar nos mesmos termos, que são muito bons para a Argentina. Durante um ano, disse ele a jornalistas, conforme reportagem da agência Reuters.
Na véspera, a associação das montadoras (Anfavea) divulgou que participaria de reuniões sobre o tema na Argentina, nesta quinta (9) e sexta (10), junto com o governo brasileiro.
As montadoras defendem a renovação por tempo maior do que 1 ano, mas acreditam que a manutenção do fluxo de exportação e importação atuais seja o principal ponto. Em fevereiro passado, os países chegaram a dizer que discutiam o livre comércio. O livre comércio seria o ideal, mas o objetivo é pelo menos manter o fluxo (que já existe), afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea, na última segunda (6).
A Argentina é o maior destino de exportação de veículos brasileiros. O atual acordo automotivo foi firmado em junho do ano passado, e termina no próximo dia 30. Ele estabelece que para cada dólar que a Argentina exporta ao Brasil em autopeças e veículos, sem incidência de impostos, pode importar 1,5 dólar em produtos brasileiros. A partir deste valor, o excedente é tributado em 35%.
As principais montadoras instaladas no Brasil exportam e também produzem veículos no país vizinho, que trazem para o mercado brasileiro. Da Ford, por exemplo, vêm o Focus Hatch, oFocus Fastback (sedã) e a picape Ranger. Da Renault, o Clio e o Fluence. Da Honda, parte das unidades do SUV HR-V, que também é produzido no Brasil. Da Toyota, a picape Hilux e seu derivado, o SUV SW4. Da Volkswagen, vem a picape Amarok.
Por Taís Laporta - Auto Esporte
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