Trabalhadores lutam pelo direito de sindicalização
Numa coletiva de imprensa nesta terça-feira, 12 de março, em São Paulo, dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força Sindical), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e União Geral dos Trabalhadores (UGT) vão assinar uma carta para a Nissan, exigindo que a empresa respeite os acordos internacionais que garantem a liberdade de organização sindical.
A entrevista coletiva será às 11h, na sede da UGT, na Rua Aguiar de Barros, 144, Bela Vista, São Paulo, com presença do secretário-geral da Força Sindical João Carlos Gonçalves, o Juruna, representando a central e o presidente da CNTM Miguel Torres. Também presentes: Ricardo Patah (presidente da UGT)) e João Cayres (Secretário-geral da CNM/CUT).
A Nissan foi a montadora que mais cresceu no Brasil nos últimos três anos e está construindo uma nova fábrica em Resende, Rio de Janeiro. A Nissan é patrocinadora da Copa de 2014 e em 2016 dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. O CEO mundial da Nissan, Carlos Ghosn, é brasileiro. Portanto, conforme diz Ricardo Patah, é impensável que seja tolerado qualquer obstáculo à criação de representação sindical.
Trabalhadores da Nissan em todo o mundo têm representação sindical e negociação coletiva, mas não nos EUA. Além disso, por volta de 50% dos trabalhadores da Nissan EUA são temporários. Trabalhadores e líderes comunitários nos EUA exigem que a empresa respeite o processo democrático de sindicalização de seus trabalhadores. A reação da empresa até agora tem sido de intimidação, inclusive com ameaça de demissão e fechamento da fábrica.
Juruna e Ricardo Patah anunciarão a ida de representantes da Força Sindical e da UGT ao Mississippi em março. “É fundamental, no sistema produtivo globalizado, termos também uma ação sindical de solidariedade mais abrangente entre a classe trabalhadora mundial. Com isto teremos mais força nas ações sindicais unitárias contra a exploração, pela ampliação dos direitos dos trabalhadores e na conquista de melhores salários e trabalho decente em todo o mundo”, diz Juruna.
Por sua vez, João Cayres irá relatar as impressões colhidas a partir de sua visita aos trabalhadores da Nissan no Mississippi, em janeiro de 2013.
As entidades anunciam ainda que irão receber, em meados de abril, a visita do ator Danny Glover e dos líderes da “Aliança do Mississippi pela Justiça na Nissan”. Esta entidade é uma organização composta por clérigos, líderes comunitários, representantes eleitos e estudantes do Mississippi, o estado mais pobre dos Estados Unidos. O encontro terá por objetivo a troca de experiências com líderes sindicais, jornalistas e políticos brasileiros.
Fonte: CNTM
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