A Conferência Nacional do Trabalho Decente, realizada entre os dias 8 e 11 de agosto, em Brasília, poderia ter sido melhor. A conclusão é do sindicalista Thiago Cândido, secretário do Simecat que participou das discussões.
Segundo ele, a falta de organização e a saída de representantes do segmento empregador prejudicaram o intuito da conferência que era discutir entre sindicatos (trabalhadores), empresários (empregadores), governo federal e sociedade organizada, formas de acabar com o trabalho degradante no país. “A conferência foi finalizada sem a participação dos empregadores. Eles saíram do evento. Acharam que estavam sendo prejudicados”, disse ele à reportagem.
Apesar disso, Thiago diz que a experiência de participação foi muito boa. Do encontro saiu um documento que será entregue ao governo federal com diretrizes. Ele destaca três como as mais importantes: redução na jornada de trabalho para 40 horas semanais, doenças ocupacionais e o fim do trabalho escravo. “Catalão não há registros de trabalho degradante, mas na região sim. Temos registros recentes em Araguari (MG)”.
“Outra bandeira é criar mecanismos para uma maior interação entre trabalhador e empresário, em uma negociação direta”, relatou se referindo a mais pontos positivos da conferência. Ele conta também que muitas entidades não reconhecem a legitimidade de sindicatos, por isso as negociações podem ficar prejudicadas.
A conferência nacional aconteceu, segundo Thiago, depois dos encontros municipais e regionais. Em Catalão, a conferência no ano passado. Segundo ele, 1200 delegados foram escolhidos de todos os Estados. São eles que participam representando suas conferências regionais.
Ainda segundo Thiago, em Goiás, a intenção é criar um fórum permanente de discussões sobre formas de trabalho decente. Ainda de acordo com ele, uma carta foi redigida e será entregue à secretaria de Cidadania para que encabece a realização desse fórum.
Por Cristina Mesquita - Gazeta do Dia
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