Índice do Banco Central mostra desaceleração da atividade econômica. Desempenho ficou acima do esperado por analistas, que projetavam queda de 0,7%
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) mostrou que a economia do país recuou 0,52% em fevereiro ante janeiro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pela autoridade monetária. O número inclui os chamados ajustes sazonais.
O desempenho ficou pouco acima da previsão dos analistas ouvidos pela Bloomberg: na mediana dos economistas, o esperado era recuo de 0,7%.
Em janeiro, o índice apontara que a economia cresceu 1,29%, puxada pela recuperação do setor industrial, que avançou 2,6% no mês, segundo dados do IBGE. No entanto, na semana passada, o instituto divulgou que a produção industrial recuou 2,5% em fevereiro frente a janeiro, praticamente eliminando a expansão de janeiro. Foi o maior tombo desde dezembro de 2008, quando a retração fora de 12,2%. Dos 27 ramos investigados pelo IBGE, 15 mostraram retração, ou seja, mais da metade deles.
Por outro lado, em fevereiro, a taxa de desemprego ficou em 5,6%, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgados no dia 28 de março pelo IBGE. Foi a taxa mais baixa para um mês de fevereiro desde o início da série história, em março de 2002.
Muitos analistas esperam aumento da taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, para 7,5%, o que seria a primeira alta desde julho de 2011. Isso porque a inflação vem demonstrando resistência, conforme reconheceu o presidente da própria autoridade monetária, Alexandre Tombini.
Na última quarta-feira, o IBGE informou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que orienta o sistema de metas de inflação do governo, acumulou em 12 meses 6,59%, estourando o teto da meta de inflação perseguido pelo governo, que é de 6,5%.
No entanto, a queda no ritmo da atividade detectado em fevereiro pode adiar o ajuste para cima. O Copom se reúne nos próximos dias 16 e 17 de abril.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária. Por causa da defasagem de tempo na divulgação dos dados oficiais pela instituição, o Banco Central leva em conta o IBC-Br para traçar os rumos da política de juros do país.
Segundo a última pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo BC com analistas, o mercado projeta que a Selic vai encerrar 2013 a 8,50% e o IPCA, a 5,70%. Já para o Produto Interno Bruto a expectativa é de expansão de 3% este ano.
Por O Globo
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