Empresas italianas especialistas em reutilização de subprodutos industriais, em eficiência energética, em energia renovável e em gestão para redução de desperdícios foram as que demonstraram maior interesse em negociar com o governo goiano possíveis investimentos no Estado. Os temas dominaram as discussões ontem no seminário na Embaixada do Brasil na Itália que encerrou a missão oficial do governo goiano em Paris e em Roma, iniciada na segunda-feira.
Depois da apresentação de Goiás e sua economia feita pelo embaixador do Brasil na Itália, Ricardo Neiva Tavares, e pelo governador Marconi Perillo, 11 representantes de empresas, das áreas de energia, engenharia e de alimentos questionaram o governador interessados em saber informações mais detalhadas sobre legislação fiscal e tributária e linhas de financiamento.
indústria forte
O embaixador Ricardo Neiva disse ao POPULAR que a Itália, cuja produção industrial só perde para a da Alemanha, tem indústrias muito fortes, mas em função da crise econômica local, estão sem condições de se expandirem no mercado interno.
“Há 10 anos a economia italiana se estagnou. Quando eles veem esses índices de crescimento em níveis chineses ficam loucos”, afirmou Neiva, referindo-se à informação de que o PIB de Goiás cresceu 5% em 2013 contra 1% do crescimento do PIB brasileiro. “Quem vai investir no exterior olha dados gerais de um país, mas ele vai instalar-se em um Estado, que nem sempre tem os mesmos indicadores nacionais”, disse, para destacar a importância de eventos diretos entre Estados e investidores internacionais.
Na abertura do seminário, o embaixador afirmou, depois de apresentar os principais indicadores da economia goiana, que se Goiás fosse um país seu PIB anual, previsão de R$ 143 bilhões em 2014, lhe colocaria como o 70º país do mundo, que tem um território igual ao da Alemanha e um PIB per capta maior que o de muitos países da América Latina.
Apresentação
O governador Marconi Perillo fez uma apresentação do Estado, em que detalhou os números econômicos apresentados pelo embaixador, e ainda mostrou sua logística, sua produção agrícola e suas necessidades de investimentos. Explicou o programa de incentivos fiscais e que o Estado tem interesse em receber empresas italianas.
Representantes do Ministério do Desenvolvimento e Comércio, de cerca de 50 empresas e de entidades empresariais italianas, como das pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% da produção industrial do País, e da confederação das indústrias participaram do seminário.
A área de economia sustentável dominou a maior parte das intervenções dos italianos. Uma empresa disse que a média de desperdícios nas Ceasas brasileiras é da ordem de 30% dos alimentos e que sua empresa consegue reduzir esse desperdício para 1%, conforme projeto piloto que desenvolveu na Ceasa de Mato Grosso.
Outras empresas se propuseram a produzir energia a partir do subproduto dos frangos, em energia fotovoltaicas e até na área de turismo. “Foi um sucesso. Na 11ª pergunta eu me escondi com o microfone, pois vi que muita gente ainda queria perguntar, mas não havia mais tempo”, disse um funcionário da Embaixada que participou da organização do seminário.
Por O Popular
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