Segundo especialistas, um ‘passo para trás’ em termos financeiros pode representar um salto na carreira no longo prazo
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Cada vez mais, a decisão de mudança de emprego vem acontecendo por motivos relacionados ao desenvolvimento da carreira, qualidade de vida e ambiente de trabalho. Mas, em muitos casos, essa mudança esbarra no fato de o salário do outro emprego ser menor do que o atual. E aÃ, o que fazer? Para Ylana Miller, sócia-diretora da Yluminarh e professora da Ibmec, tomar qualquer decisão embasado em remuneração é uma atitude imediatista, que pode fazer com que a pessoa se distancie do seu real interesse e objetivo profissional, perdendo boas oportunidades.
— Por vezes, é necessário “dar um passo para trás†visando a novas perspectivas profissionais. O ideal é avaliar se a nova oportunidade está alinhada ao seu plano de carreira — diz Ylana.
Nessas horas, afirma a professora do Ibmec, a decisão deve ser muito bem planejada: é preciso conhecer e pesquisar sobre o novo ambiente de trabalho, perspectivas de desenvolvimento profissional, além de aspectos como liderança e qualidade de vida, para ver se a perda salarial vai valer mesmo a pena:
— Ressalto que escolhas profissionais devem ser planejadas e pautadas nos valores, crenças e necessidades de cada um. O plano de carreira é pessoal e intransferÃvel. Invista no seu, mesmo que, em determinado momento, isso signifique receber um salário menor.
Autor do blog 'Conversa de Elevador', o coach Silvio Celestino acredita que a decisão de mudar de emprego para ganhar menos é apropriada se a qualidade de vida aumenta muito com a escolha. Para ele, a vida profissional deve ser conduzida tendo duas importantes referências: realização pessoal e financeira:
— Não dá para ser feliz fazendo apenas o que se gosta sem recursos financeiros. Tanto quanto não é possÃvel a pessoa ter somente dinheiro e uma qualidade de vida ruim. Portanto, o equilÃbrio entre esses dois fatores é o ponto mais relevante. Toda situação adversa, como muitas horas perdidas no deslocamento para o trabalho, chefes grosseiros, atividades que não lhe dão inspiração, pressão excessiva por prazos e resultados, criam condições para o esgotamento, que pode ser fÃsico ou mental. A pessoa deve conhecer seu limite de suportar adversidades e, se chegar a ele, mudar, mesmo que para ganhar menos. O pior que pode acontecer com você não é diminuir seu padrão de vida, mas tentar sustentar um padrão à s custas de sua saúde — afirma Celestino.
Outra situação importante, lembra o coach, é quando a pessoa foi demitida e não possui recursos para se manter por mais tempo na busca por melhores posições. Neste caso, a recomendação é aceitar o emprego com um salário menor e continuar a procurar uma outra oportunidade, ou esforçar-se para conseguir promoções o mais rápido possÃvel.
Por Ione Luques - O Globo
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