Em melhor mês da história, exportações sobem 51% e puxam a produção. Indústria fez 237.060 unidades, 73.426 delas para exportar.
A produção de carros, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus no Brasil subiu 33,8% maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, afirmou nesta terça-feira (6) a associação das montadoras (Anfavea).
O desempenho é o melhor desde março de 2015, que havia alcançado 255,9 mil unidades. De acordo com a entidade, a alta foi puxada pelas exportações, que cresceram 51% no período, batendo o recorde histórico.
No mês passado, foram feitos 237.060 veículos, contra 177,2 mil no mesmo período de 2016. O número também é 25,1% superior que o registrado em abril, que chegou a 189,5 mil unidades.
A indústria apresentou alta de 23,4% no acumulado, com 1.037.138 unidades feitas de janeiro a maio de 2017. No ano anterior, as empresas haviam produzido 840,38 mil veículos no período.
É ainda um crescimento modesto, mas está em linha com a previsão de estabilização e crescimento mais forte no segundo semestre, afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea, sobre a alta de 16% nas vendas em maio.
EXPORTAÇÕES
A alta na produção foi puxada principalmente pelas exportações, que foi destino de quase um terço do total fabricado. Os envios de veículos montados para fora do país cresceram 51% em maio, ante o mesmo mês de 2016, com 73.426 unidades. No acumulado dos primeiros 5 meses, a expansão foi de 61,8%, para 307 mil unidades.
No entanto, segundo o executivo, a indústria nacional ainda opera com cerca de 50% da capacidade para carros leves e pouco mais de 20% em veículos pesados (caminhões e ônibus).
A exportação está indo bem mas é insuficiente para compensar a crise no mercado interno, apontou.
O nível de emprego das montadoras associadas à Anfavea parou de cair em maio e teve um pequeno acréscimo de 0,4%, com 121.405 funcionários diretos. No entanto, na comparação com maio do ano passado, o número de empregados caiu 5,1%, o que significa aproximadamente 6,5 mil trabalhadores a menos em 1 ano.
Deste total de trabalhadores, 10.827 estão com alguma restrição na jornada de trabalho, seja dentro do Plano de Proteção ao Emprego, que reduz a jornada e os salários, seja com os contratos suspensos (lay-off).
Mesmo com números positivos, o setor automotivo ainda prega cautela e e mantém as previsões inalteradas para 2017, com alta de 11,9% na produção e 4% na venda, por conta da instabilidade política.
Claramente vamos superar a previsão de 558 mil unidades exportadas. Se temos mais exportação, vamos ter variação positiva do ponto de vista de produção também. Estamos esperando o quadro político para rever as previsões nos próximos meses, explicou Megale.
Por Peter Fussy - G1
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