A economia goiana cresceu 12% no primeiro semestre e a do Centro-Oeste, apenas 6%
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Se o Centro-Oeste é a região que mais cresce no PaÃs, Goiás é o Estado que mais puxa o avanço do Centro-Oeste. O Ãndice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, indicador que serve de parâmetro para a avaliar o ritmo da economia do Brasil, revela que o Estado cresceu o dobro do registrado pela região no primeiro semestre. A economia goiana avançou 12%, enquanto o Centro-Oeste teve um crescimento de 6% – primeira colocada no Brasil, seguida da Região Sul, com 5%.
O IBC-Br é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), já que concentra estimativas do desempenho da agricultura, indústria e comércio. O fechamento deste indicador revela que o destaque do Centro-Oeste no PaÃs decorre do bom momento da agropecuária e pelo aumento da cotação dos grãos. Para Goiás vale a mesma explicação, mas com um fator adicional: a indústria obteve no mesmo perÃodo um avanço diferenciado do restante.
INDÚSTRIA
Goiás, que é a 9ª maior economia do PaÃs, é também o Estado mais industrializado da região. O setor responde por 27% do PIB local. A indústria goiana, por sua vez, está atrelada ao agronegócio. O assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Cláudio Oliveira, explica que a chamada agroindústria goiana tem, ainda, uma relação peculiar para a economia do Centro-Oeste.
“A agricultura foi bem no primeiro semestre e a indústria seguiu o ritmo. Há uma relação entre os dois setores forte. Esta relação leva a economia goiana a ter uma contribuição diferente para a economia regional, já que nos outros Estados as principais atividades econômicas estão concentradas num setor, como serviços ou agriculturaâ€, diz o represente da Fieg.
Esta avaliação pode ser detectada na prática. No primeiro semestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE), a indústria de Goiás teve o maior crescimento do PaÃs. A produção registrou um salto de 9,2%, enquanto o PaÃs fechou com alta de 3,8% e a Região Centro-Oeste cresceu de 5,7%.
AGRICULTURA
A agricultura, por sua vez, não ficou para trás. A safra americana passou neste primeiro semestre por uma das piores crises dos últimos anos por conta da questão climática. Os problemas enfrentados pelos Estados Unidos, que são o maior produtor de grãos do mundo, abriu precedentes para que os mercados emergentes, como o Brasil, atendessem a demanda mundial.
Neste cenário, os produtores goianos encontraram espaço aumentar a produção e faturamento e, de quebra, acelerar o ritmo do setor, que representa 13% do PIB goiano. O assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Leonardo Machado, diz que Goiás se prepara para colher a maior safra de todos os tempos: serão 20 milhões de toneladas no próximo ano – cerca de 10% maior que a atual.
Parte deste otimismo é fruto das frustrações do mercado internacional. Segundo ele, o mesmo processo ocorre no Centro-Oeste. A região é a principal produtora de grãos do Brasil. Na safra de 2012 deve ser recorde para todos os Estados. O IBGE prevê que a região será responsável por 42,7% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de todo o PaÃs. “Goiás é destaque neste processo. Se o Centro-Oeste cresce, pode ter certeza que Goiás também cresceâ€, avalia.
O aquecimento da agricultura de Goiás e do Centro-Oeste pode ser visto nos dados Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgados na semana passada. O setor foi o que teve o maior crescimento diante das demais atividades econômicas. Na comparação com os três primeiros meses do ano, a agricultura cresceu 4,9%. A indústria recuou 2,5%, enquanto o setor de serviços teve alta de 0,7%.
O economista Dorivan Alexandre Castro, que estuda o desempenho da economia regional, atesta que Goiás ocupa hoje o lugar de protagonista no crescimento da economia do Centro-Oeste. “Além de questões históricas, o Estado conseguiu casar sua vocação agrÃcola com a indústria. Isso faz Goiás ter peso na economia regionalâ€, explica.
Por Ricardo César - O Popular
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