Hoje, muitas empresas têm procurado o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado (Sindittransporte) oferecendo vagas para motoristas em todas as áreas, desde o transporte de cargas até o transporte coletivo. Para o vice-presidente do sindicato, Adedimar Gonçalves Ferreira, muitas vezes o salário e a jornada de trabalho não agradam o profissional. Outras vezes, faltam trabalhadores qualificados.

Segundo ele, o transporte coletivo sente fortemente este problema. “Os motoristas não querem mais trabalhar nos ônibus porque o trânsito da capital está muito pesado e não tem mais como cumprir os horários. Além disso, muitos reclamam do desrespeito de muitos passageiros”, justifica. O aumento da ocorrência de assaltos também tem afugentado os profissionais.

SALÁRIOS

Os salários melhoraram bastante nos últimos anos. Hoje, um motorista de ônibus iniciante recebe R$ 1.575,20 mais gratificação de R$ 127 e tíquete refeição de R$ 450. Com mais de um ano de casa, o salário sobe 3% e, depois de 10 anos, o motorista recebe 30% mais. “Mesmo assim, não estão achando quem queira”, diz. Somente a Rápido Araguaia tem, hoje, 30 vagas abertas para motoristas na Grande Goiânia.

Outros motoristas também rejeitam o transporte de cargas para não ficarem muito tempo longe da família e por temerem as condições de muitas estradas. Apesar do piso ser de R$ 1.080,00 para o motorista carreteiro, de R$ 915 para motoristas de carros e caminhões pequenos e de R$ 816 para motoristas entregadores do comércio, na prática muitas empresas acabam pagando mais para atrair mão de obra.