Presidente apresentará números para mostrar que está cumprindo a promessa de erradicar a pobreza extrema
O governo vai anunciar nesta terça-feira, 19, em cerimônia no Palácio do Planalto, a retirada de 22 milhões de brasileiros da miséria. A presidente Dilma Rousseff também deverá assinar Medida Provisória garantindo um complemento em dinheiro para 2,5 milhões de pessoas com renda per capita inferior a R$ 70 - patamar estabelecido para o enquadramento na faixa de extrema pobreza.
Na solenidade com o slogan "O fim da miséria é só um começo", de autoria do marqueteiro João Santana, Dilma apresentará números para mostrar que está cumprindo a promessa de erradicar a pobreza extrema. O tema vai embalar sua campanha à reeleição, em 2014.
O benefÃcio é para pessoas que recebem o Bolsa FamÃlia, mas possuem renda per capita inferior a R$ 70 e, além disso, não se encaixam nas regras do programa Brasil Carinhoso, que só contempla quem tem filhos de até 15 anos. O governo avalia que a complementação de renda, a ser paga a partir de março, representará um custo adicional de R$ 773 milhões só neste ano.
Dilma anunciou o Brasil Carinhoso em maio, em rede nacional de rádio e TV, garantindo renda mÃnima de R$ 70 a famÃlias extremamente pobres que tenham pelo menos uma criança de zero a 6 anos. A iniciativa acabou estendida a famÃlias com jovens de até 15 anos.
Por meio do Brasil Carinhoso, saÃram da situação de extrema pobreza 16,4 milhões de pessoas. Outras 3,1 milhões ultrapassaram essa condição com o reajuste no valor do Bolsa FamÃlia, levando em consideração o número de filhos e a ampliação dos benefÃcios concedidos a famÃlias incluÃdas no programa. Agora, com os 2,5 milhões beneficiados pelo complemento de renda - variável até alcançar o patamar de R$ 70 per capita --, o governo baterá o bumbo na marca de 22 milhões.
"Não podemos ficar satisfeitos em zerar o Cadastro porque sabemos que há famÃlias que ainda não foram cadastradas e muitas delas vivem em assentamentos", afirmou Dilma em visita ao Paraná, no inÃcio do mês, numa referência aos dados do Cadastro Único, que contabiliza os pobres e miseráveis do PaÃs. "Precisamos ir atrás dos que não estão cadastrados. Daqueles que, por motivo A, B ou C, o municÃpio não cadastrou. Isso é crucial, muda o patamar do nosso paÃs", completou a presidente.
A estimativa do Planalto é que existam cerca de 700 mil famÃlias fora do Cadastro Único, a porta de entrada dos programas sociais. O governo pretende encontrá-las e cadastrá-las até 2014.
Por Rafael Moraes Moura e Vera Rosa - O Estado de S. Paulo
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