Grandes categorias de trabalhadores, como petroleiros, quÃmicos, metalúrgicos e bancários, têm data-base de campanha salarial marcada para os próximos três meses com pedidos de aumento real que vão de 2,5% a 10%. Fortalecidos pelas recentes greves protagonizadas por servidores públicos, os trabalhadores negociam confiantes um acordo que se aproxime de suas reivindicações, sem descartar a possibilidade de greve.
Na terça-feira, ocorreu uma reunião entre metalúrgicos e representantes do setor de máquinas e eletrônicos de São Paulo que terminou sem acordo e com a entrega de um ofÃcio que alerta para uma possÃvel greve. "A ideia é até hoje estar com isso resolvido, senão é problema marcado", palavras do presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (FEM CUT-SP), Valmir Marques, o Biro Biro.
QuÃmicos, petroleiros e bancários reforçam a postura dos metalúrgicos e mostram que, apesar da expectativa positiva de acordos, consideram cruzar os braços caso não haja acordo. Começam na terça-feira uma semana de mobilizações com atrasos nos turnos para pressionar a negociação. "Estamos otimistas, mas não estamos dormindo no ponto", alerta o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes.
Os petroleiros entregaram uma pauta de reivindicações à Petrobras na sexta-feira, 31, por meio da qual reivindicam 10% de aumento real, além de reposição da inflação e aumento salarial. Pedem definição de critérios para determinar participação nos lucros e resultados (PLR). De acordo com Moraes, a Petrobras tem atualmente 80 mil petroleiros, dos quais 50 mil estão na base da FUP.
Já os bancários decidiram na terça-feira, 4, entrar em greve no dia 18, após mais uma rodada fracassada de negociação. Os banqueiros propõem um reajuste linear para salários, pisos e benefÃcios de 6%, enquanto os trabalhadores pedem 10,25%, sendo 5% de aumento real.
IPI reduzido
"Outras categorias já conquistaram aumentos reais de salários e ainda estamos com geração de empregos positiva no setor, apesar de menor que 2011", afirma Sergio Luiz Leite, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias QuÃmicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo. Os quÃmicos têm um motivo a mais para se manter confiantes: o benefÃcio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, que fez a indústria automotiva bater recorde histórico em agosto. "Os automóveis usam muitas peças de plástico, produzidas também pelo setor quÃmico", disse Leite.
Fonte: CNTM
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