A indústria da transformação perdeu espaço nos empréstimos oferecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em um movimento que reflete a queda de participação do setor na economia.
Estudo elaborado para a seção Em Foco, da edição deste mês do Boletim Macro Ibre, publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), analisou os dados de desembolsos do banco e constatou uma substituição da indústria de transformação pelo setor de comércio e serviços.
Segundo o economista Gabriel Leal de Barros, pesquisador do Ibre/FGV e autor do estudo, a evolução das fatias de cada setor no total emprestado pelo BNDES é um sinal de que a estratégia de ampliar o poder de fogo do banco está perdendo eficácia como resposta à desaceleração da economia.
CUSTOS ELEVADOS
“É preciso atacar o fato gerador, a causa desses problemas, que é uma questão de (falta de) inovação e de competitividade da indústria“, disse Barros. Na atual crise da indústria brasileira, além da falta de inovação, a competitividade é minada por custos elevados (energia, logÃstica, mão de obra) e infraestrutura deficiente. Estes fatores têm pesado mais do que o alto custo do capital, ainda mais diante da queda recente nos juros.
No estudo do Ibre/FGV, o ano de 2006 é o ponto de virada. Até então, a participação da indústria de transformação nos empréstimos liberados pelo BNDES se mantinha entre 40% e 50%. De 2007 em diante, o segmento perdeu espaço, chegando a 29% dos empréstimos em 2011 e a 26,1% neste ano, até maio.
Por Agência Estado
Fonte: O Popular
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