Uma reunião convocada ontem, dia 1º, pelo governador Marconi Perillo(foto) discutiu uma ampla articulação envolvendo governo, setores produtivos e trabalhadores em defesa dos incentivos fiscais, como forma de preservar empregos. O secretário da Fazenda, Simão Cirineu, divulgou estudo a respeito das perdas fiscais do Estado, caso a reforma tributária seja aprovada nos moldes da proposta do Governo Federal.
De acordo com o secretário Simão Cirineu, Goiás teria anualmente uma queda de R$ 2,54 bilhões em sua receita e receberia, no chamado Fundo de Compensação, R$ 1,37 bilhão. Destes, pela proposta da União, 25% viriam a fundo perdido e 75% em forma de empréstimo. Há também o temor de que, na ausência de consenso no ambiente do Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal discipline o assunto por meio de súmula vinculante. Tramitam no STF diversas Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade), propostas por Estados produtores, contra os incentivos fiscais praticados pelos emergentes.
“Estamos diante de um quadro muito graveâ€, avaliou o governador Marconi Perillo durante a reunião. Marconi sugere que os lÃderes goianos, suprapartidariamente, uniformizem o discurso. “O que estamos tentando fazer é salvar os dedosâ€, disse o governador, referindo-se aos prejuÃzos da uniformização das alÃquotas de ICMS para Goiás. Para ele, é importante uma ampla articulação em defesa dos interesses de Goiás, que corre o risco de ter travado seu desenvolvimento econômico.
A proposta defendida por Goiás é de escalonamento do processo de uniformização das alÃquotas da ICMS, a convalidação dos benefÃcios já concedidos, a constitucionalização do Fundo de Compensação e a redução da alÃquota na proporção 7/4. Isso significa, por exemplo, que, se Goiás exportasse para São Paulo, pagaria ICMS de 4%, e se São Paulo exportasse para Goiás, a alÃquota recolhida seria de 7%. O projeto original do Governo Federal fala em alÃquota igualitária de 4%, o que inviabilizaria as economias emergentes.
Estados prejudicados
Nos moldes em que está sendo proposta, 11 Estados perderiam com a reforma: Goiás, EspÃrito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia, Mato Grosso, São Paulo, Pernambuco, ParaÃba, Tocantins e Rondônia. Ocorre que entre eles há variações do Fundo de Compensação. Pelo estudo apresentado pelo secretário Simão Cirineu, os Estados que mais perdem são Goiás, EspÃrito Santo e Santa Catarina. “É preciso que os números sejam analisados com a frieza da realidade atualâ€, disse o governador Marconi Perillo na reunião. Segundo ele, o instrumento do Fundo de Compensação não tem sido seguro. Basta dizer que, no caso da Lei Kandir, explicou, a União começou ressarcindo as perdas em até 72% e hoje não passa de 9%.
O governador propôs ampla mobilização, marcada por uma marcha a BrasÃlia, na defesa dos interesses de Goiás. O principal argumento é a defesa do emprego. A senadora Lúcia Vânia defendeu a constitucionalização do Fundo de Compensação como forma de reforçar politicamente o ressarcimento legal das perdas. A preocupação do secretário de Indústria e Comércio, Alexandre Baldy, refere-se ao retrocesso dos Ãndices de crescimento econômico do Estado. “A reforma do jeito que está sendo proposta vai provocar o desinvestimento industrialâ€, disse.
Os representantes dos setores produtivos que participaram da reunião aprovaram a proposta de mobilização em BrasÃlia, feita pelo governador. “Nós não vamos andar para trás. Querem nos reduzir a plantadores de arrozâ€, bradou o presidente da Associação de Desenvolvimento Industrial, José Alves Filho. Para ele, a uniformização das alÃquotas de ICMS visa apenas “neutralizar aquilo que está dando certoâ€, no caso os incentivos fiscais.
Por Goiás Agora
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