Produção na unidade do ABC paulista foi paralisada nesta segunda (15).Segundo a empresa, há um excedente de 2 mil funcionários.
A Mercedes-Benz começou a comunicar funcionários que irá rescindir contratos de trabalho na fábrica de São Bernardo do Campo(SP). A informação foi divulgada nesta terça-feira (16) pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e confirmada pela montadora ao G1.
A fabricante não disse, no entanto, quantos telegramas foram enviados ou quantos trabalhadores serão demitidos.
O sindicato anunciou que irá realizar uma assembleia com os trabalhadores da Mercedes nesta quarta (17) para organizar supostas ações contra as demissões.
Os cortes só podem ser feitos a partir de setembro, pois, devido à adesão de toda a fábrica ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), entre setembro do ano passado e o fim de maio deste ano, os funcionários têm estabilidade até 31 de agosto.
Fábrica parada A empresa suspendeu a produção da fábrica de caminhões e ônibus por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (15).
A medida foi anunciada na última sexta (12) e ocorre cerca de 10 dias depois de a montadora dizer que iria demitir na unidade.
Praticamente todos os 10 mil colaboradores estão em licença remunerada, com exceção dos que exercem funções essenciais. A Mercedes informou que há um excedente de mais de 2 mil trabalhadores na unidade em virtude da drástica redução de vendas de veículos comerciais nos últimos anos.
Carta fala em demissões Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa as fábricas de São Bernardo do Campo, a Mercedes enviou na última sexta um comunicado aos funcionários, explicando a decisão de parar a produção.
A carta termina com a frase: Na próxima semana informaremos a data de retorno de nossas atividades e individualmente a todos os envolvidos sobre o encerramento de seus contratos de trabalho.
Histórico Desde fevereiro, cerca de 1,8 mil funcionários da Mercedes já estavam em licença, também por tempo indeterminado.
Na mesma época, a montadora tentou reduzir o quadro de funcionários com um Programa de Demissão Voluntária (PDV), mas a adesão ficou abaixo do que a empresa esperava, chegando a 630 funcionários.
Antes disso, a unidade de São Bernardo passou 6 meses no PPE, com jornada e salários reduzidos. A montadora decidiu não negociar uma prorrogação da medida, diferente do que ocorreu na Volkswagen, por exemplo.
A montadora disse que não há previsão de nenhuma medida restritiva na outra fábrica de caminhões do grupo, em Juiz de Fora (MG). Nas últimas segunda (8) e terça (9), houveparalisações na unidade durante a negociação de benefícios. As conversas serão retomadas em setembro.
Setor em crise No acumulado entre janeiro de julho deste ano, a venda de caminhões e ônibus caiu 32% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Foram emplacadas 39.021 unidades, ante 57.349 nos primeiros sete meses do ano passado.
Por Auto Esporte
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