A equipe da presidente Dilma Rousseff avalia que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) pode ter sido de 0,9% no primeiro trimestre de 2013, o que será, caso a estimativa se confirme, o melhor resultado trimestral do governo da petista.

Um crescimento desta ordem, sinalizando uma aceleração um pouco mais forte da economia brasileira, pode levar o Banco Central a optar por um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, contra o 0,25 ponto da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

Publicamente, a área econômica mudou sua estratégia e evita fazer previsões sobre o resultado do PIB para evitar frustrações, como já aconteceu no passado, quando o número efetivo ficou abaixo de suas estimativas.

A previsão reservada de 0,9% de crescimento no primeiro trimestre deste ano, contra o último de 2012, não é dada como certa. O governo acredita que um crescimento entre 0,8% e 1,1% seria um bom resultado.

O temor, porém, é que venha abaixo deste percentual. No mercado, alguns analistas apontam para crescimento de 0,6%, o que reforça a estratégia do governo de evitar previsões públicas.

No governo, a avaliação é que um crescimento assim levaria o BC a repetir a dose de aumento de 0,25 ponto percentual nos juros, levando a taxa Selic a 7,75% ao ano.

A decisão do Copom será anunciada hoje à noite, depois de o IBGE ter divulgado, pela manhã, o número do PIB, dado que pesará na decisão da equipe do presidente do BC, Alexandre Tombini.

No mercado, a avaliação é que a diretoria do banco está dividida sobre os próximos passos da política monetária, mas que a tendência é um aumento da dose dos juros diante das últimas falas de Tombini, que elevou o tom de preocupação sobre o comportamento da inflação.

O banco tem repetido que a inflação está sob controle e em queda, mas insiste que o recuo está ocorrendo num ritmo aquém do imaginado e que o BC fará "o que for necessário" para garantir essa redução no segundo semestre.

O melhor resultado trimestral do PIB obtido pela presidente Dilma Rousseff até o momento ocorreu nos três primeiros meses de governo (0,8%). No último trimestre do ano passado, o crescimento foi de 0,6%, o que fez o PIB crescer 0,9% em 2012.

Neste ano, a equipe de Dilma ainda acredita num crescimento entre 3% e 3,5%, mas o mercado já fala em valor menor: 2,9%.

Por Valdo Cruz - Folha de S.Paulo