Cerca de 380 trabalhadoras e dirigentes metalúrgicas de todo o País participaram no último sábado, 27 de julho de 2024, da 2ª Conferência Nacional Metal Mulheres da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Metalúrgicos/as), para debaterem o tema “Mulher, Direitos e Sindicalismo”. O evento foi realizado na sede da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, em São Paulo.

“A Mulher Negra Latino-Americana – Misoginia e Discriminação Racial (impactos no trabalho e na vida da trabalhadora)” e “Potências Negras e Igualdade salarial entre mulheres e homens (impactos e resistências)” foram alguns temas discutidos. Após as palestras e debates foi aprovado o documento “Mulher, Direitos e Sindicalismo”. O evento expôs produtos da feira de economia social e solidária e contou com apresentação musical de Vini Lourenço e a banda Filhos do Soul.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) e tesoureiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Metalúrgicos/as (CNTM), Carlos Albino de Rezende Júnior, prestigiou a conferência. Ele ressaltou que o SIMECAT tem lutado pelas pautas femininas. “Sabemos o quanto é importante o trabalho que a mulher faz lá dentro da fábrica e o trabalho que ela faz em dobro em casa. Na última negociação do nosso sindicato com a John Deere, uma das cláusulas da pauta de negociação foi a igualdade de salários entre homens e mulheres, porque entendemos que a lei de igualdade salarial entre mulheres e homens, sancionada pelo presidente Lula, tem que ser cumprida”, destacou Albino.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Metalúrgicos/as (CNTM) e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, lembrou que a primeira conferência Metal Mulheres foi em 2009, parabenizando todas as envolvidas na organização do evento, pelo esforço em resgatar e construir essa edição. Para Miguel, muitos direitos das mulheres foram atacados no governo anterior. “Precisamos lutar por novos pleitos. Já conseguimos trabalho igual - salário igual, mas queremos também igualdade de oportunidades, queremos que a mulher seja respeitada no seu local de trabalho, que ela tenha um destaque ali na sua atuação. E ainda, trazer as mulheres para o meio sindical, pois é muito importante a participação de todas as companheiras em seus sindicatos”, afirmou Torres.

Para Mônica Veloso, vice-presidente da  Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Metalúrgicos/as (CNTM) e do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, e uma das organizadoras do evento, o objetivo da conferência foi atingido, com o debate de conteúdos importantes. “A gente queria discutir direitos e abrir uma perspectiva de construção, de uma organização, a partir de um grupo, de um coletivo, que se movimenta dentro do sindicato, mas também dentro da estrutura vertical do movimento sindical tanto nas federações quanto na confederação. O Metal Mulheres apresentar o trabalho, a partir desse grupo, materializa essa estratégia, de empoderar as companheiras e as lideranças, para que possam, a partir dessa formação, da troca de experiências, e de práticas realizadas em seus sindicatos, multiplicar as ações em outros espaços”, explicou.

Veloso também ressaltou que há um caminho longo ainda a ser percorrido, para que todos os sindicatos ligados à base da CNTM, tenham uma estrutura, mesmo que mínima, para atuar e contemplar a participação das mulheres dentro das instâncias e das tomadas de decisão. “Eu acho que esse engajamento vai ocorrendo, na medida em que os sindicatos vão incorporando esse tema, essa importância, essa prioridade. A massa de mulheres e a sinergia bacana da conferência provocaram de forma positivo tudo isso”, pontuou.

Assessoria de Imprensa - Lara Cristina Alves
Foto- Jaélcio Santana