Fabricante anunciou que cortará 1.500 postos de trabalho.Forte queda nas vendas de caminhões motiva cortes, afirma montadora.
Trabalhadores da Mercedes-Benz fizeram ontem um protesto que chegou a fechar a pista local, no sentido litoral, da Via Anchieta, nas proximidades na fábrica em São Bernardo do Campo. O ato é contra as 1.500 demissões anunciadas pela montadora na última segunda-feira (24) e que motivaram a greve iniciada naquele dia.
Os cortes, segundo a fabricante de ônibus e caminhões, ocorrerão por causa do excedente de mão de obra, frente à forte queda nas vendas desses veículos. Os funcionários afetados começaram a ser notificados na última sexta-feira (21).
O mercado brasileiro de caminhões vem em queda desde o começo de 2013, com a economia fraca, inflação alta e condições difíceis de financiamento limitando investimentos em veículos comerciais. De janeiro a agosto deste ano, o recuo foi de 43%, na comparação com o mesmo período de 2014, segundo a associação das montadoras, a Anfavea.
A Mercedes-Benz cortou cerca de 3 milEMPREGOS no Brasil no período, reduzindo sua força de trabalho para 11.854 trabalhadores até o final de junho. Apenas a unidade no ABC paulista tem cerca de 10 mil. A companhia tem mais de 280 mil funcionários no mundo.
No começo deste mês, a empresa alemã havia dito que ainda tinha cerca de 2 mil funcionários excedentes na fábrica em São Bernardo, que tem funcionado a menos de 60% da capacidade.
Os trabalhadores da fábrica rejeitaram uma proposta de manutenção deEMPREGOS por um ano em troca de uma redução salarial de 10%, mas o porta-voz da Daimler disse que as negociações com os trabalhadores podem ser retomadas no começo de setembro.
Negociações Os cerca de 7 mil funcionários, que entraram em greve, voltariam nesta segunda-feira de uma licença remunerada que começou em 7 de agosto. A produção de caminhões e ônibus no local está paralisada desde então.
Desde janeiro, a empresa vem realizando cortes na unidade. Em janeiro, 160 trabalhadores foram desligados. Outros 500 foram demitidos em maio. Em seguida, cerca de 300 ex-funcionários acamparam em frente a fábrica durante 26 dias de junho, pedindo a reversão da medida.
Na ocasião, um acordo de estabilidade por 1 ano, que reduzia a jornada em 20% e os salários em 10%, foi rejeitado pelos operários que continuaram na fábrica, e as barracas foram desmontadas.
A empresa diz que adoção isolada doPrograma de Proteção ao Emprego (PPE) , lançado pelo governo federal, não seria suficiente para evitar as demissões. Entre as medidas propostas para conter os gastos, estava a reposição apenas parcial da inflação aos salários no próximo ano.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirmou as negociações com a Mercedes-Benz na última semana, mas afirma que a empresa foi intransigente.
“Tem companheiros que começaram a receber os telegramas, mas a empresa informou que terá uma segunda parte sem informar quantos serão”, disse em nota Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos trabalhadores (CUT). O sindicato quer que a empresa revogue as demissões.
Por G1
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