Se você acha que seu chefe não vai com a sua cara, fale com ele para tentar resolver a situação
Você começa a sentir que seu chefe parece sempre irritado com você, quase sempre te dá respostas rÃspidas e sempre critica seu trabalho, à s vezes, até gratuitamente. A inevitável conclusão sempre é: “parece que ele não vai mesmo com a minha cara!â€. Mas cuidado: você pode estar misturando o lado pessoal com o profissional. O importante é não se acomodar nesta situação constrangedora, que pode estar prejudicando seu trabalho. A melhor saÃda é estabelecer um diálogo profissional para esclarecer as coisas e até ter a chance de evoluir profissionalmente.
A coordenadora do Programa de Vida e Carreira (Procar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), Tânia Casado, lembra que nem sempre é fácil fazer amigos no trabalho. O importante, então, é haver respeito de todos os lados e não esperar que o trabalho supra as suas amizades.
Para a diretora de Marketing do Monster Brasil, empresa de recrutamento e gerenciamento de carreiras on-line, Andreza Santana, a maior responsabilidade de rotatividade de pessoal é do chefe, que dita até o clima geral e tem grande influência na vida de um trabalhador. Dependendo dessa relação profissional, a pessoa pode considerar a empresa a melhor ou a pior para se trabalhar.
CONTRIBUIÇÃO
Mas o subordinado também pode dar sua parcela de contribuição para tentar reverter esse clima ruim. Antes de se sentir a pessoa mais odiada do mundo, é importante avaliar a situação friamente, analisando se seu chefe é assim com todo mundo ou só com você. Andreza Santana alerta que sentir-se odiado pode ser reflexo de problema de comunicação entre o subordinado e o superior.
Pode ser que o funcionário tenha apenas uma mania de perseguição. Para esclarecer as coisas, a melhor opção é o diálogo. A primeira coisa é pedir ajuda do chefe para identificar e corrigir seus pontos fracos no trabalho (veja quadro). Mirella Nery Batista, da Évoluer Consultoria Empresarial em Recursos Humanos, alerta que o problema pode estar acontecendo porque o funcionário não realiza suas tarefas dentro das necessidades do chefe.
Ela lembra que, algumas vezes, a pessoa acaba interferindo no trabalho dos colegas e até no bom andamento das funções da empresa. Por isso, Mirella acredita que o melhor caminho é conversar com o chefe, perguntando como está seu desempenho e o que você pode fazer para melhorar.
Essa conversa é necessária, segundo ela, porque a maioria das empresas não têm uma estrutura para avaliar os funcionários e fornecer o feedback necessário para melhoria das funções. Isso acontece muito nas empresas goianas, pois poucas contam com esse sistema de avaliação regular. Com isso, a comunicação fica ineficaz. “Se a empresa não tem essa rotina, cabe ao funcionário perguntarâ€, alerta.
Para a empresa, o chefe não precisa gostar de seus funcionários, apenas aprovar seu desempenho profissional. Portanto, não cabe perguntar se ou por que o chefe não gosta de você. Ele precisa aprovar o seu trabalho, e não gostar de sua pessoa. O importante é questionar apenas o seu desempenho.
AVALIAÇÃO
A diretora da Trato Gestão de Pessoas, Cejana de Siqueira Freitas, acredita que se a pessoa sente que não está agradando o chefe, precisa primeiro fazer uma autoavaliação para tentar descobrir o que pode estar fazendo de errado. “É preciso ampliar sua visão sobre as crÃticas que vem recebendo, o que pode ser um trampolim para seu sucesso profissionalâ€, adverte.
No mercado de trabalho, as relações não são tão simples. Mas, para Cejana, pensar pura e simplesmente numa implicância, que é uma atitude muito pequena para um bom profissional, é uma atitude simplista. Por isso, é preciso ver o que a pessoa pode aprender com aquela situação difÃcil para evoluir. “Se ela conseguir superar essa situação, poderá se dar muito bem no trabalho atual ou até chegar melhor preparada à uma oportunidade futuraâ€, alerta.
Uma coisa é certa: quanto mais tempo durar essa situação com o seu chefe, pior. Além do estresse, não é raro chegar a um estágio ainda mais grave: o de assédio moral. O importante, portanto, é não deixar esse clima perdurar por muito tempo.
Por Lúcia Monteiro - O Popular
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