Produção na fábrica será retomada a partir da próxima segunda-feira
Os metalúrgicos da fábrica da Volkswagen encerraram a greve na sexta-feira, 16, depois de a montadora cancelar a demissão dos 800 funcionários cortados no início deste ano. A paralisação completaria 11 dias. Os funcionários voltam ao trabalho na segunda-feira, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O clima na porta da fábrica, onde ocorreu a assembleia na qual os metalúrgicos foram informados da reversão do corte, é de festa, com direito a escola de samba e cerveja.
Segundo o sindicato, o acordo amarrado com a empresa durante três dias de negociações inclui a garantia dos empregos até 2019, o reajuste salarial equivalente à inflação neste em 2016 e aumento real (acima da inflação) entre os anos de 2017 até 2019. Neste ano, o reajuste da inflação e aumento real de 2%, anteriormente acordados, serão pagos em forma de abono.
— Todos estão aliviados com a conquista. É uma sensação de dever cumprido — disse Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para completar: —A luta pelo emprego é a principal pauta do movimento sindical e de todas as centrais sindicais para este ano.
A Volks acrescenta que também está incluída na negociação a abertura de programas de demissão voluntária (PDVs) na unidade de São Bernardo e a eliminação de terceirizados para alocar parte dos funcionários que considera “excedente de pessoal”. A montadora estima que esse excedente chega a 2,1 mil trabalhadores. O acordo tem vigência até 2019.
“O resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de Programas Voluntários, com incentivo financeiro, e também ‘desterceirizações’ temporárias para alocação de parte do excedente de pessoal, entre outras medidas”, acrescenta a empresa, em nota.
Por Roberta Scrivano e Jaqueline Falcão - O Globo
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