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Autoajuda moderninha incentiva nova geração a correr atrás do trabalho dos sonhos

Motivação, inspiração, empreendedorismo e trabalho prazeroso são algumas das bandeiras levantadas por escolas como Perestroika e The School of Life e por projetos como continuecurioso e Agora Sim, entre outros

Se, na virada do século, livros de autoajuda como “Quem mexeu no meu queijo?†e “O monge e o executivo†serviram como guia de carreira para muitos profissionais, hoje surge um novo tipo de autoajuda. Sem o tom professoral que esses best-sellers, em grande parte importados dos Estados Unidos, acabaram adquirindo, a autoajuda de 2013 é moderninha, virtual, e faz sucesso com a geração Y. Pelo menos enquanto é novidade, esse movimento é visto como cool e atrai principalmente os jovens entre 18 e 30 anos que, mais do que as gerações anteriores, parecem estar em busca de trabalhar com o que realmente gostam.

Assim, se proliferam na internet e nas redes sociais escolas e pessoas que focam em ensino criativo, na busca pela felicidade ou no empreendedorismo como realização, bem como projetos que contam histórias de gente que “chutou o balde†e foi correr atrás do sonho, seja ele plantar morangos orgânicos, criar um blog ou viver de música. Como a Perestroika, School of Life, continuecurioso, Escolha Sua Vida, Agora Sim e Imagina na Copa.

Conexão empreendedorismo

A analista de tendências Carolina Althaller aponta o crescimento desse comportamento nas redes como uma resposta ao que ela chama de “overload de informações digitaisâ€:

— Se, nas últimas décadas, vimos uma desmaterialização das coisas — a vida offline se transformou em on-line, dinheiro em crédito, arte em conceito e produtos em marcas e conteúdo —, agora, o que vemos é uma rematerialização, mas com sentido. A tecnologia passa a reconectar as pessoas, serve de ponto de encontro on-line para levar pro offline — defende Carolina, que vê uma forte ligação do fenômeno com o boom do empreendedorismo. — Vemos que os empreendedores são os verdadeiros ídolos da nova geração.

Julia Salgado, pesquisadora de comportamento do Onda Lab, concorda que a autoajuda mais moderninha está ligada à onda de empreendedorismo, mas critica o viés elitista que enxerga em alguns projetos:

— Quem são as pessoas que realmente conseguem largar tudo para abrir um negócio, por exemplo? Essa pegada de “vou fazer só o que gosto da vida†é bem elitista. É bacana na teoria, mas distante da realidade da maioria.

Uma renovação do gênero

A Perestroika, escola de atividades criativas nascida em Porto Alegre, com escritórios no Rio e São Paulo, oferece cursos como “Felicidade como estratégia de negócioâ€, “Vivencial†e “Escola de mãesâ€. Segundo Jean Rosier, coordenador e sócio, são três braços de atuação: inovação “normalâ€, criatividade “fora da caixa†e os “cursos para a vidaâ€.

— Nosso mantra é “vai lá e fazâ€. Nunca foi tão fácil para pessoas que querem fugir daquela lógica antiga “faculdade-estágio-efetivação-promoção-aposentadoria†— destaca o sócio da Perestroika, que, no Facebook, reúne atualmente mais de 30 mil fãs.

Enquanto a Perestroika foca no público empreendedor, a The School of Life dedica-se ao estudo e discussão do que chama de “questões fundamentais da vidaâ€, entre elas o trabalho. A instituição, criada pelo filósofo e escritor suíço Alain de Botton em 2008, chegou ao Brasil em abril deste ano. A escritora e jornalista Martha Medeiros foi uma das convidadas para dar aulas na inauguração.

A The School of Life tem também uma coleção de livros e e-books, publicados pela editora Objetiva como “autoajuda modernaâ€, entre eles, “Como encontrar o trabalho da sua vida†e “Como mudar o mundoâ€. O próprio Alain de Botton afirmou que as publicações são uma renovação do gênero de autoajuda e que, “numa época complexa e confusa, o livro de autoajuda implora para ser repensado e readaptadoâ€.

Advogada se torna coach

Criadora do site “Escolha sua vidaâ€, Paula Abreu concorda. Formada em direito, ela atuou por 15 anos no mundo corporativo, quando, ao ser demitida numa reestruturação da empresa, decidiu não aceitar vaga em outra companhia e dedicar-se a escrever, coisa que já fazia. Há um ano, lançou uma página no Facebook, que tem mais de 11.800 seguidores, e começou a receber pedidos de ajuda de pessoas que, como ela, estavam buscando se encontrar. Acabou tornando-se coach de carreira e de vida. Hoje Paula aconselha, especialmente, gente que quer mudar de área e mães com filhos pequenos, prestes a voltar de licença-maternidade ou atrás de mais qualidade de vida.

— Todos os meus clientes querem ganhar dinheiro, sim, mas primeiro querem ser felizes — diz Paula, que é autora do e-book e “Escolha sua vida: como criar suas próprias regras e ser mais feliz sendo você mesmoâ€, que diz não ser um livro tradicional de autoajuda. — Porque não ensina a fazer amigos, ter sucesso, ganhar mais dinheiro, organizar melhor a casa ou ser mais produtivo. E nem a se enquadrar no conceito tradicional de sucesso e felicidade.

Depoimentos em vídeo

Com quase 17 mil seguidores em sua página do Facebook, o continuecurioso é um projeto que reúne, em episódios em vídeo, histórias de pessoas “que se desprenderam do jeito convencional de levar a vidaâ€. Criado pela publicitária Juliana Mendonça e pela fotógrafa Cristiane Schmidt, ambas de 26 anos, o continuecurioso recebe, na rede social, feedback, de pessoas que dizem que “sentiam um vazio e agora estão tendo força para mudar†ou que dizem estar “ampliando os horizontesâ€.

— A ideia surgiu da nossa vontade de falar sobre novas maneiras de trabalhar e de enxergar o trabalho. As duas, como freelancers, já estavam vivendo esse caminho profissional pouco conhecido. E queríamos saber: tem mais gente seguindo esse caminho? Quem são? O que pensam sobre trabalho? — conta Juliana.

E elas descobriram que sim: como o corretor que largou a vida numa capital para plantar morangos orgânicos ou a publicitária que foi virar chef de cozinha — exemplos contados em vídeos do projeto.

— Não temos certeza se há cada vez mais pessoas correndo atrás do sonho ou fugindo da burocracia do mercado de trabalho convencional. Talvez um pouco dos dois — opina Juliana, que não classifica o projeto como autoajuda. — Isso seria ressignificar algo buscando referência no passado. Acho que o que está acontecendo é um movimento novo, no qual pessoas conversam com pessoas sem muitas barreiras, e a internet tem grande importância nisso.

Para Jean Rosier, da Perestroika, essa nova geração valoriza a questão do exemplo:

— E isso vai além do brega da autoajuda. Os jovens sentem que ouvir pessoas os ajuda a trilhar o próprio caminho.

Exemplos que motivam os jovens

No blog “Agora simâ€, as publicitárias Marina Moretzsohn Silva Moreira e Lilian Rezende Barbosa publicam histórias de pessoas que trocaram de profissão e “agora sim, são felizesâ€.

— A geração dos nossos pais trabalhou a vida inteira para conquistar felicidade na aposentadoria. Hoje em dia, os jovens querem se divertir e ter prazer ao longo da vida, tendo um trabalho que dê satisfação — acredita Marina. — Estamos vendo cada vez mais jovens abandonando suas carreiras para correr atrás do que realmente amam. Eles não têm medo de se desprender.

Nesse processo, a internet tem papel cada vez mais preponderante, diz a publicitária.

— As pessoas estão mais conectadas do que nunca e esses novos meios de mostrar o lado bom da vida vêm conquistando um público fiel e cada vez maior. É um jeito muito mais leve, atraente e real de contar histórias e incentivar os outros a fazer o mesmo — defende Marina, que acha ainda que “ninguém suporta mais ficar das 8h às 18h trabalhando com aquilo que não dá prazerâ€.

É mais ou menos o que acha Mariana Ribeiro. Em abril do ano passado, a jornalista largou o emprego em um banco privado para se dedicar ao “Imagina na Copaâ€, projeto que se insere na categoria dos negócios sociais. Ao lado dos sócios Mariana Campanatti, Fernanda Cabral e Tiago Pereira, ela criou o que definem como uma força-tarefa para promover uma virada para o Brasil até 2014. Promovem oficinas em todo o Brasil e publicam iniciativas de jovens que tentam transformar o país.

— As empresas nem sempre absorvem toda a energia que o jovem traz. No nosso caso, estava todo mundo super bem, bem remunerado, com a vida boa. Mas não era sobre dinheiro, nem como ganhar mais dinheiro, mas fazer um trabalho que tivesse um outro significado — conta Mariana.

Propósito antes de dinheiro

Pensamento parecido com o que motivou a atriz Luah Galvão a dar a volta ao mundo, durante dois anos, ao lado do fotógrafo Danilo España, buscando entender o que motiva as pessoas nos mais diferentes lugares. Batizado de “Walk and Talkâ€, o projetou os levou a 28 países em cinco continentes. Luah vê, hoje, uma “onda de positivismo no arâ€.

— Acho que muito diferente das métricas antigas de autoajuda, sempre baseadas em fórmulas de felicidade, como as 7 leis espirituais disso ou as 20 regras daquilo, os exemplos de histórias reais são hoje, me parece, os únicos capazes de gerar credibilidade.

Já a analista cultural do Laboratório [Ox]igênio, Carmencita Job, prefere o termo “pedagogia da autonomia†em vez de autoajuda:

— Se isso é algo que impacta tanto a vida das pessoas, é porque elas estão se questionando, estão desconstruindo, buscando um propósito.

Luah Galvão concorda com a questão do propósito e acha que ele pode passar a basear a questão da remuneração — primeiro viria o propósito, depois o dinheiro.

— Se essa nova realidade vai perdurar não sei dizer, mas que a mudança já está nas relações pessoais e profissionais, isso é fato — conclui.

Por: O Globo



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