Pesquisa mostra que em torno de 70% dos estudantes que passam pela experiência são contratados pelas empresas
A atual Lei do Estágio (11.788/2008) completou cinco anos na semana passada. Importante marco para o estabelecimento das regras das relações de aprendizado e experiência entre alunos, instituições de ensino e empresas, a legislação é responsável por uma maior segurança para as partes envolvidas, a partir de definições fundamentais para a prática do estágio. Entre elas, estão a regulação da carga horária e a determinação de obrigações e benefÃcios (veja resumo no quadro).
“A definição da carga horária trouxe caráter educacional para o programaâ€, afirma o gerente regional do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), no Centro-Oeste e Tocantins, Cláudio Rodrigo de Oliveira. Outra grande conquista, segundo o presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres), Carlos Henrique Mencaci, foi a inserção de alunos da educação especial e da educação de jovens e adultos que estão nos anos finais do ensino fundamental. “Antes, só estagiavam alunos dos ensinos médio, técnico e superiorâ€, compara.
CHANCE
No Ciee em Goiás, o número de estagiários cresceu 35% após o inÃcio da nova lei e hoje somam 8,6 mil no Estado. Para o gerente regional do Ciee Centro-Oeste e Tocantins, Cláudio Rodrigo de Oliveira, após a acomodação das novas regras, a legislação fortaleceu o instituto estágio, que é fundamental para a formação do aluno. “Depois que as empresas entenderam as regras, elas voltaram a investir com muita ênfase na polÃtica do estágioâ€, afirma.
Entretanto, a Abres frisa que, apesar do avanço, o número de estagiários no PaÃs ainda é pequeno. São cerca de 1 milhão de estudantes estagiando no mercado - 740 mil do ensino superior e 260 mil do médio e técnico. O que representa menos de 7% do total de alunos matriculados nos ensinos superior e médio brasileiros.
As oportunidades de estágio estão distribuÃdas nas diversas áreas de atuação, mas, conforme o Ciee, a maior quantidade de vagas está concentrada nos cursos de administração, direito e psicologia, além das engenharias, arquitetura e cursos técnicos voltados para a construção civil, setor que teve grande crescimento nos últimos anos. As bolsas-auxÃlio variam de R$ 600 a R$ 2,5 mil. É preciso estar matriculado e frequentando regularmente as aulas.
O estágio é, sem dúvida, o caminho mais certo para que o recém-formado conquiste uma vaga de trabalho no mercado: em torno de 70% dos estudantes que passam pela experiência são contratados pelas empresas. Mas, para obter um espaço como estagiário, é preciso comprometimento com as tarefas e horários, cuidado com a aparência e a linguagem. Também tem mais chance o candidato com conhecimentos básicos de informática.
Por LÃdia Borges - O Popular
|