Nordeste
O texto aprovado na comissão mantém os pontos do programa proposto pelo Executivo, mas, após negociação entre parlamentares do Nordeste e a equipe econômica do governo, foi incluída a prorrogação por cinco anos do regime automotivo na região, hoje previsto para acabar em 2020.
Em um acordo de última hora, a prorrogação foi estendida também às regiões Norte e Centro-Oeste.
A medida era uma reivindicação feita especialmente por deputados e senadores de Pernambuco, Bahia e Ceará. O argumento deles é que esses incentivos têm permitido a regionalização da indústria automotiva brasileira.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que, apesar da prorrogação por cinco anos, a carga de renúncia tributária será menor, uma vez que os incentivos serão reduzidos em 44%.
No parece aprovado, o relator, deputado Alfredo Kaefer (PP-PR), incluiu vários assuntos que não estavam relacionados ao conteúdo original da MP, que, no jargão legislativo, recebem o nome de “jabutis”.
Entre os pontos estão a reabertura de prazo para o programa de parcelamento de dívidas tributárias (Refis) e a volta do Reintegra, regime destinado a exportadores.
O líder do governo no Senado explicou que o Palácio do Planalto só aceitou as emendas para viabilizar a aprovação do texto na comissão, mas que a base aliada irá atuar para derrubá-las no plenário.
Por se tratar de uma medida provisória, a proposta tem prazo para ser votada pelo Congresso. Caso contrário, perde a validade. A MP do Rota 2030 caduca em 16 de novembro.
Bezerra informou, porém, que o presidente Michel Temer quer o programa aprovado até o dia 8 de novembro para conseguir sancionar a lei na abertura do Salão do Automóvel.
Também foram colocados no texto da MP outros dois jabutis, mas que, a princípio, têm a concordância do governo.
Um deles reinclui as empresas do setor moveleiro e de comércio varejista de calçados e artigos de viagem no programa de desoneração da folha de pagamento.
O outro assegura benefícios fiscais para quatro fabricantes de triciclos e quadriciclos que produzem na Zona Franca de Manaus.
Por Fernanda Calgaro - G1