Com a desaceleração da economia brasileira nos últimos anos, Goiás apresenta sinais de que está sendo afetado por esse cenário. Conforme foi divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Estado teve um saldo negativo na criação de vagas com carteira assinada no mês passado, registrando 3.680 postos a menos, o pior saldo para meses de outubro desde 2011, quando foram eliminadas 4.661 vagas. Em todo o País, foi o menor resultado para o mês desde 1999, com uma retração de 30.283 postos de trabalho.

Além disso, conforme mostrou reportagem do POPULAR, no ranking dos 20 municípios brasileiros que mais demitiram no mês passado, divulgado pelo Caged, aparecem Cristalina, na 16ª posição, e Goiânia, na 20ª. Diante desse panorama preocupante, a 12ª edição da Semana Fundação Getúlio Vargas (FGV), Em Goiânia, foi encerrada ontem com o tema Geração de Empregos - Temer ou ser Otimista com o Futuro do Brasil?

De acordo com a CEO do Grupo EmpZ Educação, Helena Ribeiro, neste cenário de incertezas as empresas precisam se preparar para todas as mudanças que podem surgir em 2015. “A tendência é de que haja retração na geração de empregos no Brasil, e Goiás deve acompanhar esse cenário. Portanto, as empresas precisam melhorar a eficiência operacional e reduzir custos”, diz.

Para ela, a situação é de difícil controle e o próximo ano será de ajustes em todos os setores. “Não temos um nome para o Ministério da Fazenda e nem para o presidente do Banco Central. Então, tudo dependerá do que o governo fizer. Não acredito em grandes mudanças para reverter esse cenário. As melhorias serão poucas e insuficientes”, afirma.

PLANEJAMENTO

Devido a todos os problemas apresentados, as empresas já vêm se preocupando com planejamento para enfrentar uma possível crise. Segundo o diretor do Moinho Vitória, Marcus Rodrigues da Cunha, sua empresa continua investindo e ampliando os negócios. Em 2014, abriu uma nova unidade no Paraná e contratou 40 pessoas. Em Goiás, o número de funcionários também teve aumento em 37%. Mas, a instabilidade da economia brasileira causa apreensão para 2015.

“Esperaremos passar o primeiro trimestre do próximo ano para sentir como a economia vai se comportar nesse período de pós-eleições. Por isso, o número de vagas de emprego é incerto”, frisa Marcus. Para enfrentar uma possível crise, ele afirma que a empresa tem se preparado. “A prevenção é feita buscando uma melhor eficiência. Continuaremos investindo em qualificação de mão de obra, em infraestrutura e maquinário. A qualidade é o nosso diferencial competitivo, por isso, para sobreviver vamos nos aperfeiçoar cada vez mais.”