Analistas de mercado veem uma economia mais fraca neste ano e no próximo e reduziram sua projeção para a inflação. Com isso, não mudaram suas expectativas para a taxa de juros ao fim de ambos os períodos, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC).
A mediana das previsões de cerca de cem analistas para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano saiu de 5,75% para 5,74%. Para 2014, a estimativa passou de 5,87% para 5,85%. Entre os analistas Top 5, aqueles que mais acertam as previsões, o recuo das expectativas foi ainda maior. A mediana de médio prazo para o IPCA em 2013 saiu de 5,81% para 5,47% de avanço e de 5,97% para 5,80% em 2014.
Na semana passada, o IBGE informou que o IPCA de julho ficou em 0,03%, resultado muito comemorado pelo governo. Em 12 meses, a inflação acumulada saiu de 6,70% para 6,27%. Alimentos, ônibus e roupas mais baratos influenciaram no movimento.
Para o IPCA de agosto, a projeção do mercado teve pequena alteração, de 0,30% para 0,29% de alta. Em 12 meses, a mediana partiu de 5,93% para 5,95%.
Nas últimas semanas, corretoras e bancos têm revisado para baixo suas projeções para o crescimento da economia. Menos aquecida a economia, a inflação subiria menos, o que limitaria a necessidade de aumento dos juros.
Neste Focus, a mediana das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 saiu de 2,24% para 2,21% em 2013 e de 2,60% para 2,50% em 2014.
Já as expectativas para os juros neste ano não mudam há seis semanas. Os analistas acreditam que haverá uma elevação de mais 0,75 ponto percentual sobre o atual nível da Selic (8,50% ao ano) até o fim de 2013. A taxa básica de juros da economia deverá seguir então no patamar de 9,25% até o fim de 2014. Entre os analistas Top 5, a expectativa de juro é mais alta, de 9,50% ao ano para ambos os períodos.
Para a produção industrial, houve uma revisão ligeiramente otimista nas estimativas para este ano, de crescimento de 2% para expansão de 2,08%. Para 2014, contudo, a previsão mudou de 3% para 2,90% de elevação.
Por Ana Conceição - Valor Econômico
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