Concessionárias comercializaram 60.768 automóveis e comerciais leves no primeiro semestre deste ano no Estado, conforme o Sincodive-GO

Contrariando todas as expectativas do mercado, as vendas de automóveis e comerciais leves novos cresceram 6,2% no primeiro semestre de 2013 em Goiás, na comparação com igual período de 2012. Nos seis primeiros meses, foram comercializados 60.768 veículos zero-quilômetro no Estado, contra 57.211 no mesmo período do ano passado.

No início deste ano, representantes de concessionárias previam um primeiro semestre difícil, com o retorno gradual da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a alta da inflação. O que eles não esperavam era que a baixa dos juros até o mês de abril, o vai-não-vai do IPI e o lançamento de novos modelos mudariam o cenário.

A previsão majoritária, antes, era de que nos primeiros seis meses deste ano o acumulado de carros novos vendidos ficaria no mesmo patamar do ano passado. Alguns representantes de concessionárias, no entanto, destacavam um queda de até 5% nas vendas por conta da mudança da ameaça da inflação – que, em tese, desbanca o consumo.

JUROS

Mas nada disso ocorreu. Em junho, último mês do semestre, dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Goiás (Sincodive-GO) revelam recorde de vendas do ano, com 11.057 carros vendidos. Até então, abril era o mês de melhor resultado de 2013, com saldo de 10.922 veículos.

Por detrás deste cenário de crescimento das vendas, está a política monetária do País. A taxa básica de juros ficou estável em 7,25% ao ano – o menor patamar da história – de janeiro a março, o que tornou o financiamento mais em conta, contribuindo para o avanço das vendas no primeiro trimestre.

Entre abril e junho, a taxa subiu para conter a inflação, chegando a 8% ao ano. Mas isso não afetou as vendas. Pelo contrário, a comercialização de veículos novos no segundo trimestre foi maior do que no primeiro.

Boa parte dos consumidores antecipou os planos de comprar um veículo novo no primeiro semestre por receio da recomposição da alíquota do IPI – que está sendo reduzida desde maio do ano passado. A previsão era de que a alíquota cheia seria retomada, gradativamente, em janeiro, abril e junho.

Em janeiro, ocorreu conforme o prometido. Mas em abril e junho, não. O governo decidiu prorrogar até o final do ano o IPI para automóveis e caminhões. Para carros populares (até 1.0), por exemplo, a alíquota que valeu entre janeiro e o fim do mês de março deste ano foi de 2% - e assim permanecerá até o final de 2013.

No fim do ano passado, entretanto, o IPI de carros populares estava em zero. Ainda assim, o IPI está menor do que a alíquota considerada normal pelo governo para esta categoria de veículos, que é de 7%. A manutenção da alíquota é para alavancar as vendas da indústria automobilística.

Representantes de concessionárias ainda explicam que o desempenho do primeiro semestre deste ano decorre da base fraca de 2012. Na prática, no ano passado, o setor teve um desempenho acanhado nos primeiros seis primeiros meses, o que levou o governo a reduzir o IPI, com vigência a partir de 1° de junho.

FACILIDADES

O gerente de Financiamento, Seguros e Acessórios do Grupo Navesa (Ford), Adailton Tolentino, diz que a revenda registrou crescimento de 17% – 2 pontos porcentuais acima do esperado. Ele associa a promoção da tarifa zero, que vigorou durante o primeiro semestre para os modelos Fiesta e Focus. “Os lançamentos do New Fiesta, EcoSport e Ranger também ajudaram�, diz.

Para o gestor de Vendas da Jorlan (Chevrolet), Márcio Macedo de Oliveira, o crescimento de 8% no semestre é resultado das facilidades de financiamento. “Os bancos estavam mais abertos ao financiamento�, declarou o gerente, ao afirmar que os lançamentos do Onix, Sonic, Novo Prisma, Cruze e da Nova S-10 também foram importantes para este desempenho.

Por Ricardo César - O Popular