Economia entra em julho com pé no freio

Cen�rio � pouco animador para a ind�stria e o com�rcio, que ainda sofre com paradeira criada pela Copa

O segundo semestre come�a com o freio de m�o puxado para a ind�stria e o com�rcio. Ap�s a paradeira provocada pela Copa e que afetou a atividade em junho, o cen�rio � pouco animador para julho e agosto. As encomendas do com�rcio para a ind�stria de eletr�nicos e eletrodom�sticos da Zona Franca de Manaus est�o devagar e atreladas � expectativa dos varejistas de desovar estoque, especialmente de TVs, antes do fim da Copa.

No setor de vestu�rio, a situa��o � inusitada: as lojas come�aram a liquida��o de inverno praticamente com a abertura da esta��o, em 21 de junho. �T�nhamos uma previs�o que n�o era boa, mas este m�s foi muito ruim�, afirma o presidente da Associa��o de Lojistas de Shoppings (Alshop), Nabil Sahyoun.

PROJE��ES

O in�cio de um segundo semestre em desacelera��o para o com�rcio est� estampado nas proje��es de vendas para julho do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV). Segundo proje��es feitas por 56 grandes redes varejistas, o faturamento deve crescer 1% em rela��o a julho de 2013, descontada a infla��o, depois de ter avan�ado 5,4% em maio e 3,9% em junho em compara��o aos mesmos meses de 2013.

De acordo com o �ndice de Antecedente de Vendas (IAV), apurado pelo IDV, julho deve ter as menores taxas de crescimento de vendas para todos os segmentos pesquisados. A expectativa � que o faturamento real com bens n�o dur�veis, que s�o alimentos e produtos de higiene e limpeza, caia 0,2% este ano ante julho de 2013, e no caso dos bens dur�veis, que abrange eletroeletr�nicos e m�veis, � esperado um acr�scimo de apenas 0,5% na compara��o anual.

As proje��es indicam que o melhor desempenho em julho � esperado para o segmento de bens semidur�veis, que envolve artigos de vestu�rio, com crescimento de 4,7%. Mesmo assim, essa varia��o � praticamente a metade da esperada para maio e junho, de 10,1% e 9,3%.

�Essas proje��es s�o uma profecia autorrealiz�vel�, afirma o vice-presidente do IDV, Fernando de Castro. Ele explica que as grandes varejistas consultadas para elaborar o �ndice, que juntas representam 28% do varejo nacional, fazem suas encomendas �s ind�strias levando em conta essa proje��o de vendas.

CAUTELA

O descompasso entre os estoques no com�rcio e as vendas e um estudo da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) feito com base nos �ltimos dados do IBGE explicam a cautela nas proje��es dos comerciantes. De janeiro a abril, as vendas do com�rcio varejista restrito, que n�o inclui ve�culos, cresceram 5% ante 2013, enquanto os estoques aumentaram 5,2%.

Segundo Fabio Bentes, economista da CNC, os estoques est�o pesando mais no varejo no segmento de vestu�rio e de m�veis e eletrodom�sticos. Entre janeiro e abril, as vendas de itens de vestu�rio ca�ram 1,2% e os estoques aumentaram 0,4% em rela��o a igual per�odo de 2013. Nos m�veis e eletrodom�sticos, os estoques cresceram 9,6% no per�odo e as vendas avan�aram 4,4%.

Tudo indica que esse quadro de desajuste entre estoque e venda piorou nos �ltimos meses. �As vendas no varejo sa�ram fora dos trilhos entre abril e junho�, afirma um executivo do varejo que prefere o anonimato. Os comerciantes j� esperavam algum enfraquecimento nos neg�cios, mas o fraco desempenho do per�odo extrapolou as expectativas, diz ele.

F�RIAS

O varejo esperava que as vendas de refrigeradores, lavadoras, fog�es e m�veis ficassem est�veis entre abril e junho ante igual per�odo de 2013. O que se viu foi queda entre 20% e 30%. Nos itens de inform�tica, as vendas ca�ram 10%. No de eletroport�teis, houve alta de cerca de 2%, ante expectativa de 10%.

O resultado da frustra��o de vendas no varejo recai sobre a ind�stria no per�odo seguinte, com encomendas menores. �Junho n�o aconteceu para as ind�strias da Zona Franca de Manaus�, afirma o presidente do Centro das Ind�strias do Estado do Amazonas (CIEAM), Wilson P�rico, fazendo refer�ncia aos pedidos para o segundo semestre. Boa parte das 192 ind�strias dos setores de eletroeletr�nicos, componentes, rel�gios e duas rodas de Manaus antecipou as f�rias coletivas de dezembro para junho.

Fonte: O Popular