Produção da indústria cai 0,6% em maio, aponta IBGE

Essa � a terceira baixa seguida do indicador. Queda na produ��o de ve�culos influenciou resultado.

A produ��o da ind�stria brasileira caiu pela terceira vez seguida. Em maio, o recuo foi de 0,6%, na compara��o com o m�s anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Frente a maio do ano anterior, a atividade fabril mostrou baixa ainda maior, de 3,2%.

"No m�s de abril, [o recuo] foi mais intenso por causa do efeito calend�rio. No m�s de maio n�o houve influ�ncia do calendario, existe o mesmo n�mero de dias", afirmou Andr� Macedo, gerente de coordena��o de ind�stria do IBGE.

Tanto na compara��o mensal quanto na anual, o indicador foi influenciado fortemente pela queda da produ��o de ve�culos. Em rela��o a um ano atr�s, o recuo chegou a 20,1%. Nesta segunda-feira, o governo anunciou a manuten��o das atuais al�quotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros at� o fim do ano. O tributo deveria subir, e deixar os ve�culos mais caros, a partir do dia 1� de julho.

Com esses n�meros, a ind�stria acumula retra��o de 1,6% de janeiro a maio. J� nos �ltimos 12 meses, h� um ligeiro aumento de 0,2%, "mostrando clara redu��o no ritmo de crescimento frente aos resultados verificados em mar�o (2,0%) e abril (0,7%)", de acordo com o IBGE.

De abril para maio, a queda da atividade das ind�strias do pa�s foi generalizada, puxada pela diminui��o na produ��o de coque, produtos derivados do petr�leo, de biocombust�veis (-3,8%) e de ve�culos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%). Tamb�m produziram menos os ramos de fabrica��o de metalurgia (-4,0%) e equipamentos de inform�tica, produtos eletr�nicos e �pticos (-5,0%), entre outros.
�S�o setores que v�m se caracterizando por redu��es de jornada de trabalho, parada de manuten��o, aproveitnado esse momento de uma demanda mais reduzida. Segmentos que vem enfrentando maior concorr�ncia do mercado internacional�, disse Macedo.

Na outra ponta, est�o as ind�strias que aumentaram sua produ��o, como as extrativas (1,4%), de produtos aliment�cios (1,0%) e de produtos do fumo (18,5%).

Na an�lise das categorias econ�micas, nessa mesma base de compara��o, mostram resultados negativos as atividades de bens de consumo dur�veis, como carros (3,6%), de bens de capital, como caminh�es (-2,6%), e o de bens intermedi�rios - mat�rias-primas - (0,9%). Apenas o segmento de bens de consumo semi e n�o-dur�veis (roupas, por exemplo) registraram aumento de 1%.

Queda de 20% na produ��o de ve�culos

Na compara��o anual, tamb�m houve queda na maioria das atividades pesquisadas, com destaque para a de ve�culos automotores, reboques e carrocerias, cuja baixa foi de 20,1%, "pressionada pela menor fabrica��o de autom�veis, de caminh�o-trator para reboques e semirreboques, de caminh�es, de autope�as e de ve�culos para transporte de mercadorias".

Ainda mostraram taxas negativas superiores � m�dia nacional as �reas de metalurgia (-10,5%), produtos de metal (-9,5%), outros produtos qu�micos (-5,7%), coque, produtos derivados do petr�leo e biocombust�veis (-2,4%) e m�quinas e equipamentos (-3,1%), entre outras.

Por outro lado, a produ��o foi maior nos ramos de ind�strias extrativas (7,6%), produtos aliment�cios (2,1%), equipamentos de inform�tica, produtos eletr�nicos e �pticos (7,8%) e produtos farmoqu�micos e farmac�uticos (8,1%).

Bens de consumo dur�veis mostraram queda de 11,2%; bens de capital, de 9,7%; bens intermedi�rios, de 2,8%, e, na contram�o, bens de consumo semi e n�o-dur�veis, com alta de 0,8%.

Mudan�a na metodologia

De acordo com o IBGE, esse � o segundo resultado da Pesquisa Industrial Mensal de Produ��o F�sica nacional ap�s sua reformula��o metodol�gica. A partir da divulga��o de mar�o, o levantamento passou a incorporar novos produtos � como tablets e biodiesel � e perder outros.

Com isso, a s�rie composta a partir de 2010 do Produto Interno Bruto (PIB), que � a soma de tudo o que � produzido no pa�s, ser� recalculada, segundo o IBGE.

A reformula��o da pesquisa de produ��o industrial vai levar � atualiza��o dos dados desde janeiro de 2012. A mudan�a ocorre para incorporar a Classifica��o Nacional de Atividades Econ�micas 2.0 (CNAE) e atualizar a amostra de setores, produtos e informantes, a estrutura de pondera��o dos �ndices e a infraestrutura tecnol�gica dos instrumentos de coleta, apura��o e an�lise dos indicadores.

A CNAE padroniza os c�digos de atividade econ�mica dos �rg�os da administra��o tribut�ria do pa�s e � elaborada pela Receita Federal com orienta��o t�cnica do IBGE.

De acordo com nota t�cnica publicada no site do instituto em 22 de abril, os �ndices de produ��o industrial calculados na pesquisa mensal buscam apontar as "altera��es das quantidades de bens e servi�os produzidos ao longo do tempo".

Por Anay Cury e Cristiane Cardoso - G1